São Paulo, 08 de maio de 2022.
Prezada Amada Mãe Lucinda.
Você foi a primeira pessoa que me ensinou a responsabilidade de ser mãe e também sobre ser livre. Tenho plena consciência de que não tivemos quase diálogos à respeito, por outro lado, também me recordo que por muito tempo, eu à culpava por minhas insatisfações... hoje, me vem à memória que meu pai por algumas vezes, me cobrava, sobre quando eu daria um neto ou neta para ele. A última vez, até foi um pouco grosso ao expor que eu estava envelhecendo. Entretanto, você nunca me cobrou isto. Entendo perfeitamente, você me criou livre, livre para ser o que bem desejasse. Situação esta que você as duras penas, resolveu romper com os padrões impostos pela sociedade do momento.
Nossa história foi intensa, porém, somente com sua ausência consigo ver a quantidade de riqueza nas experiências que passamos. Com toda sua garra e vontade de viver, explorou o que o destino te apresentava sem se esquivar ou desistir.
Agora vou deixar aqui, porque não quis ser mãe de nenhum dos homens que tive um relacionamento, simplesmente, porque nunca me achei apta ou capaz de ser mãe. Para te ser bem sincera, tenho uma inquietação no meu ser, o meu irreverente intelecto observa que os relacionamentos humanos tem muita situação para ser organizada...
Saiba que eu me sinto plena em ter sido sua filha e penso que se fosse para eu ter gerado alguma criança, teria, não foi porque não era. Eu sou a perfeita expressão do que você sempre almejou quando adolescente e me sinto preenchida de ter rompido tudo... e você por várias vezes, me parabenizou, rsrsrs
Você deixou uma bela história e também os meus IRMÃOS MARAVILHOSOS que AMO MUITO. Como sou grata por tê-los na minha vida!
Eu te AMO muito MAIS do que antes de NASCER.
BEIJÃO!!! Cecília Faipó
